13 avril 2011

A curva do rio

A curva do rio é reta, a curva do rio é reta
Sempre reta, sempre reta,
A tarde se anuncia ereta, a tarde se anuncia ereta,
é a meta, é a meta
A pedra que faz sentido
A força que me projeta
Bem seria a lata que corta
O que me importa, o que me importa

A nado me valho sempre
Das pernas e dos meus braços
O peito, esse que sente
A cabeça, essa que bato
E bate, rebate o vento
Na beira da exaustão
Se penso não faço jeito
Se penso no teu sertão

Sei não, sei não, valha-me Deus !

Peixe também se afoga
Agua também se turva
Arvore que tu não cuida
Morre ali na chuva,
Retorna bem lá pro fundo
Dos mares e rios do mundo
E tira sua reverência, paciência com a ciência
Atire a primeira pedra, que se quebra, que se quebra
Atiça teu fogo ardente, dor que sente, paciente !
É mera coincidência, que indescência, excelência !
Que a vida no vale un pedo, hay miedo del miedo !
A bomba que nos explode, nos disolve e só fode !

A noite que se escurece, não te esquece nem te aquece
A lua que vem na tua, toda rua tem a sua
Tem grilo que se parece, e parece e parece
E gente que só padece, e padece e padece!
O jeito é ser vagalume
Se alume no seu perfume
Fumaça prá quem se fume, que se fume, que se fume !

A curva do rio é reta... Sei não, sei não! Valha-me Deus!