14 mai 2010

« As forças econômicas são elas tão fortes assim que nós não temos outra alternativa senão ceder ?
Hà dinheiro, sera que ele é tudo ?
Não existem outras riquezas ?
Não seria possivel situar o objetivo de nossas vidas numa outra coisa que ficar ricos ?
E sendo ricos, ficar mais ricos ainda ?
Não existem, então, outras grandezas ?"

(Minha trad. livre de " La pensée monte les fleuves"
Charles-Ferdinand Ramuz ( 24.09.1878 - 23.05.1947)

Amor, meu amor me traga

Agora o inverno dorme quente
Nao hà outono que o acorde
Não hà primavera que o tente
Nem um verão que o recorde
Com sua doce amada fria
Suas noites são sem sonhos
Glaciais, escuras, vazias
Espelho voltado pro nada

(nem pra rima que não ponho!)

O verão por sua vez
Tendo sido fértil dias atras
Está em clara lucides
Cria, procria, apraz
Canta, dança e evoca
Mais e mais amores
De par em par os coloca

(e eu aqui aqui a te colher flores!)

Luz que minha lembrança não apaga
A sentir forte odor de ti
Respirando junto a mí
Amor, venha !
Amor, meu amor me traga !

11 mai 2010

Guarda o verão

“Antes que o outono comece nas coisas
êle começa em nós.” disse F.Pessoa.
...mas em mim uma força abriga
e guarda o verão.
esse que faz a temperatura correr pelas veias,
que me grava na pele
como se o vento que obriga que as folhas despenquem
devesse soprar só lá fora,
pois aqui dentro, uma brisa de latidos cardíacos,
rimando movimentos peristálticos,
animando preguiçosa e involuntáriamente meu ser
me projeta além das estações,
além da atração fria
que tenta à melancolia sombra
de uma folha desbotada.
Lsne. 06.X.88