16 avril 2010

"Rimbaud et le mythe solaire" (Extrait)

"Puisque la poésie se définit comme un art du verbe, de la parole, qu'elle est faite, selon le témoignage de Mallarmé, avec des mots et non pas avec des idées, l'étude du vocabulaire d'un écrivain et la recherche de la fréquence des mots-clefs revêtent une importance incontestable; mais elles ne représentent qu'une étape préliminaire de la critique et demeurent un instrument de travail. Le mot pris isolément, séparé de son contexte, perd sa sinification profonde et son pouvoir d'irradiation; il est privé de sa véritable fonction poétique qui consiste à engendrer des associations et des accouplements, à créer des analogies et des métaphores. Les mots ne sont en eux-mêmes que des noyaux d'énergie, des supports de la pensée et de l'émotion; ils valent par la trame des images et des symboles qu'ils composent dans leus mystérieux prolongements." Par Marc Eigeldinger (Professeur à l'Université de Neuchatel/Suisse)

14 avril 2010

Saigón Market (canção)


Olha a goiaba verde
olha a manga madura
olha a banana, maçã
rapadura!

Olha a moça da venda
com a mão na cintura
comprar laranja azêda,
criatura!

Canto do olho rasgado
na boca faltando dente
e vem me ver bem direito
que jeito engraçado, yééééh!

Olha goiaba verde
olha a manga madura
olha a banana-maçã,
rapadura!

Olha agora pra ver
a serpente em pedaço
perna de rã fritin'
miolo de macaco

Tô co' côco ralado
na sopa sobrando gente
chupando cana e mordendo
co' dente cariado, yééééh!

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/saigonmarket)

some others pics from Vietnam? copy & paste that:
(http://picasaweb.google.com/NiloDJaneiro/VietNamViews19982000?feat=directlink)

Perder a razão (canção)

Eu te vejo assim, sambando
voce passa com tanta doçura
o meu corpo estremece todo
é paixão, calor, ternura, sei lá...

Se eu pedir pra voce parar
se eu puder vir te mostrar
a florzinha que nasceu
no meu coração

Eu bem queria te convidar
pra vir passear comigo
sem ter hora,
nem domingo pra voltar

Nem pensar no que vai ser
nem saber qual é,
qual é a tua cidade
se isso é bom, se isso até pode ser verdade

Um sorriso teu e seria tudo
E eu daria mil pulinhos de alegria
mas voce passa indiferente
sem dar a minima atenção

E eu fico louco pois não sei
como é que eu faço pra fazer
voce me olhar e eu te dizer:
"Ôi, como é que vai?
Que dia lindo, noite estrelada
vamos la fora sonhar à dois"

Foi bom te ver e vir te beijar
o corpo treme, me dê tuas mãos
fecha os olhos devagarinho
os lábios calam e a paixão
tudo é bom mesmo,
mesmo perdendo a razão

Ôi, bom te ver e vir te beijar
o corpo treme, me dê tuas mãos
fecha os olhos devagarinho
os lábios calam,
tudo é bom quando hà paixão
bom mesmo é perder a razão

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/perderarazao)

13 avril 2010

não é cedo, não é tarde (ar viet!)


não é cedo, não é tarde
se eu soubesse te diria
é a lua, é o sol, é noite, é o dia
da janela debruçada
dá prá ver tudo e tão longe
assim é mais bonito
que se alguém tivesse dito

é o ruído do inseto
é o canto que anuncia
vagueia, venta
já choveu
que frio que faz
vagueia, venta
já choveu
que frio que faz

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar minha sêde

não é cedo, não é tarde
vou lá fora descalça
fico olhando
ficou noite
te esperar mais essa noite
mais um dia além dos dias
estações, lentos navios
partindo em meio à saudade
quem quis remediar

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar minha sêde

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar a sêde

12 avril 2010

A Trova dos 9 (ripi-ropi canção)

toda trova prova que
trovar não quer dizer gostar
isso é trova dos nove
isso é prova dos nove
mas trovando se fará a diferença
mas provando se fará a diferença
mastigando, chupando, lambendo
depois disso então faremos
a sentença, extensa ou que por mais tensa
com sensações densas
ameniza a dança que por vezes cansa
aquele que se lança e se ele avança ou não
eis aí uma boa, da boa, a boa questão
a oportunidade de formular uma
e em seguida buscar a solução
grande soluço exposto e o peito explode:
pode, pode, fode!
como um bode que balança a cabeça
dá cornadas, a pata escava,
o trovador, cava, cava,
mas aquele lôdo todo na vala
não se lava, não se lava
não que ele não valha nada
pois o trabalho de quem malha,
ralha, batalha e escangalha
vale mais, vale mais que uma simple migalha
e se voce pensa nisso e gargalha
e toda essa tralha,
trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá, etecetera e lá
vem dizer que passa mal
e que a vida sem sentido
é mesmo banal, até mesmo brutal
não tá legal, não tá legal, não tá legal, não tá legal!
quem diz animal, diz vegetal, mineral
diz adição, subtração, divisão
multiplicação consensual meu pessoal
ser sensual, é isso aí que não faz mal
ser sensual, é isso aí que não faz mal
e se voce pensa nisso e gargalha
e toda essa tralha,
trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá, etecetera e lá
vem dizer "não passo mal"
e que a vida tem sentido
e é menos banal, até menos brutal
tá legal, tá legal, tá legal, tá legal!
mastigando, chupando, lambendo
a trova dos nove
a prova dos nove

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/atrovados9)


desde la ventana
town valley
red strings

da Louise pro pai Nilo
coquelicots

um grão (canção)

se não fôr

à beira-mar

à sonhar

à sombra da palmeira

o murmurar

das ondas dos teus cabelos

se nao fôr no pé

duma enorme montanha

à sonhar

sombramente

o cipreste

será no espaço

com o calor

do sol (?)

não (!)

da lenha queimando, não

mas dum grão do meu corpo

e habitaremos em ti

no astro

do nosso

amor

Sept/87

Poema do desfolhar


Ah! pudera eu,

homem,

me desfolhar

- coisa de árvore

que depois de verdes,

bem elas,

amarelam

e como que perdendo a beleza

caem por terra

E em mim,

a cada outono,

meus amargos-amarelos-e-sem-beleza-sentimentos

me pusessem desnudo

a suportar o inverno

sómente com o

calor-líquido-circulando-de-amor

até o primeiro sol da primavera me vestir

e me entregar para ti,

então

passaríamos o verão

na beira-da-praia

nosso bem (canção)

fica

bem perto de mim

e essa boca,

mania de ter

caricias loucas

pra beijar teus seios

e morder teus pêlos

em meio

a suores de amores

e morremos

pois estou perdido

e sabemos

desse nosso bem

tão bem,

desse nosso bem

tão bem,

desse nosso bem

também


(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/nossobem)

Vivo à Sonhar (canção)

Um dia eu sonhei

Que os teus lábios beijavam os meus

Que os teus olhos fitavam os meus

E tuas mãos seguravam as minhas

Eu sei que sonhei, eu sei

E sei que amei, eu sei

Encontrei você e me entreguei

Vivi a paz dos braços teus

Me envolvendo com carinho

Aquece as noites

Ameniza o vento forte

Que sopra na alma de um homem

Sózinho no deserto ou no pólo norte

Eu sei que sonhei, eu sei

E fui andando, sonâmbulo

Querendo encontrar de novo

O sono que me faz sonhar com você

E a certeza de não te perder

(Se eu acordar)

Um dia eu sonhei

Que ela vem e se deita comigo

Passa o braço e bem apertado

O seu corpo provoca o meu, ...provoca...

Eu sei que sonhei, eu sei

Num sono profundo e de paz

O mundo pode desabar

E sei que não vou acordar

Prá nunca mais deixar de te amar

(Vivo à sonhar)

A Praia (canção)

Moro numa praia linda

Acordo com os pés na água,

Deito a minha cabeça

Num travesseiro de areia fina,

A lua se deita comigo,

E o sol se acorda comigo

As ondas que vem bater, já sabem :

Não hà porta entre amigos

Arrisco pedir os teus beijos

Sei que o mar pode ser arisco

O vento é quem me dirige

Vai na ressaca, vem na maré

Vela e jangada, jinga natural

Dum lado ou do outro a floresta é tropical,

Sempre tropical

Tem sempre um lugar na rêde

Vê se um dia você aparece

Ainda guardo o que me destes

Sombra e profunda luz superficial

Do leste/oeste, do norte ao sul

Dum lado e do outro o mar é sempre azul,

O mar é sempre azul

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/apraia)

une voie

la vie recommence

sur une voie continue

soit-elle une étroite rue

pleine de nuances

soit-elle une voix

en solitaire mineur

puissante symphonie mon cœur

mal accordé si l’on croit

bien présent encore

d’avoir ses désires

pour quelqu’un qui lui tire

douce touché sonore

Villars S/Olon, III.89

les yeux...et autres nez

Je voudrais pouvoir dessiner tes yeux

Grands et brillants yeux, miel, presque verts yeux

Ainsi comme tes cheveux

Soient-ils tout longs, libres

Soient-ils tout attachés dans une tresse

Confortablement serrés

Comme j'aime mes doigts

Entrelacés aux tiens

Je voudrais pouvoir dessiner ton nez

Grand et imposant, nez

De style, crétois nez

Ainsi comme ta bouche,

Les fines et lisses lèvres

Soient-elles avec un large sourire,

Soient-elles avec une fin trait de plaisir

Que ç'allonge sur les Joux,

Sur le menton, sur le

Cou,

Sur les épaules, les genoux...

Sur un portrait si long

Que me ferais,

tout dans coup

M'apercevoir que ta présence me manque

Et me fait devenir… poète ?

Ah! au tant que je voudrais poétiser tes yeux !

10.VIII.89

ver ouvir

eu quero e s t a r

dentro de m i m

no dia em que eu p u d er

v e r

a l u z

eu quero e s t a r

perto de m i m

no dia

e m que e u p u d e r

o u v i r

a m ú s i c a

q u e e s t á

vago lumen



VAGALUMEIA

E AGUA

DE FONTE LUZ

E PLANETA

QUE CHAMA A TODOS

C E L E S T E

Um grão (canção)

Se nao for a beira-mar

a sonhar à sombra da palmeira

o murmurar das ondas dos teus cabelos

se nao for no pé

duma enorme montanha

a sonhar

sombramente

o cipreste,

sera no espaço

com calor

do sol, nao

da lenha queimando, nao

mas de um grao do meu corpo

e habitaremos em ti

no astro

do nosso amor

l5.VII.87

(canção,13.I.95)

sólo

T

EU SOLO

TEU SOLO

SOLO

COLO LO

CO O OLHO

OLHO COLHO

MOLHO

OLMO

OMO

COLMO

SOL

LOS

SO SOS

SOIS TENS

TE ME

EM EU

TEU SOLO

TEU SOLO

SOLO

SO

L

LINDA

SOIS

Ass : ele

Genève, II.87.

portrait

sous la lune

la marche à pied

fait l’esprit s’envoler

l’ombre d’un corps

c’est une


sur le lit

portrait en pied

la chambre embrumer

la marche au sommeil

lumière aucune

Lsne/87

Poly

une pierre qui se défait

avec le temps,

le vent,

le soleil,

l’eau pure

d’une pluie d’argent

qui tombe sur nous

lie nos goûtes

soltas

d’un cristal

poly

Venise, IV.89

O incêndio e a rosa

teu sorriso luminoso

move teus lábios, teu rosto, teu corpo,

projetando na minha memória

não sómente imagem dinâmica

mas uma fôrça

que em ti gera reflexões e atitudes,

emoções e palavras de beleza e valor

que em mim provocam como que

um incêndio no circo

onde penso que atuo para uma grande platéia

fazendo-a gargalhar

e chorar ao mesmo tempo

mas que em verdade

sou meu único espectador

e sólo, quero representar

a causa da minha alegria

e da minha tristeza

mas saiba que o coração do palhaço

é pisoteado e acaricíado

pelos pés e mãos da bailarina espanhola,

tu !

à quem darei diariamente

a rosa vermelha

para teus cabelos negros

Berlin, IX.86.